sexta-feira, 17 de abril de 2015

RESENHA DE SEXTA #06# WADO



Oswaldo Schlikmann Filho mais conhecido por Wado, tem uma grande facilidade de se renovar a cada disco. Não foi diferente dessa vez, ao começar as gravações do seu oitavo disco de inéditas ele afirmou estar ouvindo muito indie rock e que isso iria influenciar nesse novo trabalho, não tardou e Wado lança um clipe com uma estética mais rock n roll, “um Wado diferente, mas não estranho” – disse minha esposa. O clipe da música “Lar” foi gravado na jornada Adobe tendo como cenário o belíssimo Armazém Usina em Maceió, um velho conhecido para os fãs do Wado que moram em Alagoas.

O disco começa com “Lar” juntando elementos já conhecidos pelos ouvintes do músico com uma pegada ou pouco mais ousada, com guitarras mais rasgadas e bateria um pouco mais pesadas, o álbum segue com a canção “Cadafalso” que conta com a primeira participação do disco, Wado divide os vocais com Lucas Silveira, segue a energia da primeira música. É na terceira faixa que eu senti a influência do indie, melodia animada que me remeteu aos franceses do Phoenix; “Deitar” conta com Samuel Úria que acredito ser a canção mais animada do Álbum.

Pois o que vem em seguida é um Wado introspectivo, surgem violões e uma voz feminina: é a Graciela Maria. “Galo” faixa que nos faz mergulhar num Wado de outrora, “Condensa” é uma das minhas preferidas, conta com três vozes diferentes, João Paulo, Martin e Belen Natali com sua voz espetacular. “Mundo Hostil” Gonzalo Dinis o Franny Glass e Wado falam sobre a dor de viver em um mundo tão conturbado.

Em “Menino Velho” ele fala sobre crescer, um homem uma criança envelhecida, “Sombra” é outra canção impar na carreira do Wado, bela melodia e letra brilhante, “Palavra Escondida” fala sobre aquilo que nunca dizemos, as palavras que dizemos a nós mesmo e sentimos como se tivéssemos transparecido nossos sentimentos. O disco termina com “Um Lindo Dia de Sol” canção um tanto mexicana e animada, nos dá esperança!

1977 é o oposto do “Vazio Tropical” é um outro caminho, a própria descrição deixa claro essa intenção, Wado não gosta de se repetir e sabe seguir em frente, acho isso um ponto positivo na carreira de um músico, ele nos surpreende a cada disco, cada show que vou é uma nova experiência que vivo, as letras estão sempre impecáveis, os arranjos estão muito bem construídos, é um álbum para escutar enumeras vezes, contém a participação de músicos do Uruguai, Alemanha, Portugal, Brasil e Argentina.

Disponível para download gratuito em: www.wado.com.br
Produzido por Wado.
Gravado por Jair Donato, Shina, Pedro Ivo Euzébio, Dinho Zampier, Joaquim Prado, Vitor de Almeida e Tácio Mendes.
Mixado por Pedro Ivo Euzébio | Masterizado por Sergio Soffiatti
Foto | capa por Pedro Ivo Euzébio.

 
Por Jefferson Britto*
*[https://www.facebook.com/JeffersonBritoo] é um grande amigo que gentilmente vai disponibilizar suas impressões sonoras aos leitores do eventual blog sempre às sextas-feiras.